A Epidemia de Coqueluche no Japão atinge o maior número de casos desde 2018 (mais de 80 mil), e pesquisa revela que 80% dos pacientes estão infectados com cepas resistentes aos antibióticos padrão.
O Japão está enfrentando uma grave epidemia de Coqueluche (pertussis), uma infecção bacteriana respiratória que, embora perigosa para todas as idades, é particularmente grave em bebês. A seriedade da situação foi acentuada por uma descoberta alarmante: a grande prevalência de cepas resistentes aos antibióticos tradicionais.
Recorde de Casos e Alerta de Resistência
Segundo o Instituto Nacional de Gestão de Riscos à Saúde do Japão, o número de casos de coqueluche registrados este ano já ultrapassou a marca de 80 mil pacientes, o maior volume desde que a doença passou a ser sistematicamente relatada em 2018.
Diante de relatos de infecções graves que não respondiam aos tratamentos convencionais, quatro sociedades acadêmicas especializadas, incluindo a Associação Japonesa de Doenças Infecciosas, iniciaram uma investigação abrangente em abril.
Os resultados preliminares da análise genética são preocupantes:
- A análise de bactérias Bordetella pertussis coletadas de 35 pacientes em 24 instituições médicas, abrangendo todo o país (de Hokkaido a Kyushu), detectou bactérias resistentes aos antibióticos padrão em aproximadamente 80% dos casos.
O Professor Toshihiko Ishiwada, do Centro de Pesquisa Médica Micológica da Universidade de Chiba e coordenador do estudo, afirmou que a Epidemia de Coqueluche no Japão deste ano está fortemente relacionada ao aumento dessas cepas resistentes.

Necessidade de Novos Tratamentos e Reforço da Vacinação
Diante da prevalência das cepas resistentes, o Professor Ishiwada alertou para a necessidade urgente de adaptação na abordagem da doença:
- Novos Tratamentos: É fundamental considerar a busca por “novos métodos de tratamento, como encontrar antibióticos eficazes contra bactérias resistentes.”
- Prevenção Reforçada: Dada a ineficácia dos antibióticos comuns, a vacinação “se tornará ainda mais importante” para conter a disseminação da infecção e proteger a população, especialmente bebês com baixa imunidade.
A coqueluche começa com sintomas semelhantes a um resfriado (tosse seca, febre baixa, coriza), mas evolui após uma ou duas semanas para crises de tosse intensas e incontroláveis, que podem levar a vômitos, dificuldade para respirar e um som agudo na inspiração.
A vacinação ainda é o método de prevenção mais eficiente, complementada pela higiene básica (lavar as mãos e usar álcool em gel) e pelo uso de máscara em ambientes fechados para reduzir a disseminação por gotículas.
Com informações via NHK World

 
			 
			 
			