Medida inclui sintomas leves como tosse e coriza em sistema nacional de vigilância, inspirada pelas lições da pandemia de COVID-19
O pasta da saúde do MHLW iniciou oficialmente o monitoramento de infecções respiratórias agudas (IRAs), incluindo sintomas comuns de resfriado, como tosse, dor de garganta e coriza, como parte de uma nova estratégia para detectar precocemente doenças desconhecidas que possam surgir.
A medida, que entrou em vigor esta semana, insere as IRAs na Categoria V da Lei de Controle de Doenças Infecciosas, a mesma classificação que inclui COVID-19 e influenza, exigindo que cerca de 3 mil instituições médicas designadas em todo o país relatem semanalmente os casos observados.
“A experiência com a COVID-19 mostrou que é essencial monitorar um espectro amplo de sintomas e infecções respiratórias comuns para reagir rapidamente a novos surtos”, afirmou um porta-voz do ministério.
As infecções respiratórias agudas abrangem doenças transmissíveis por gotículas e vias aéreas — como COVID-19, gripe, vírus sincicial respiratório (VSR), entre outras. Ainda que muitos desses casos envolvam sintomas leves, a vigilância estatística em larga escala poderá ajudar a identificar padrões anormais que indiquem o surgimento de uma nova ameaça viral.
Os dados são coletados pelas instituições médicas e enviados aos centros de saúde pública locais, que então os repassam aos governos regionais e ao Ministério da Saúde, em um fluxo contínuo de informação semanal.
O número de casos será divulgado ao público em boletins semanais, com o objetivo de conscientizar a população e facilitar ações preventivas, especialmente em épocas de alta transmissão, como o inverno japonês.
Vale destacar que os casos de COVID-19 e influenza continuam sendo relatados individualmente, de forma independente, apesar de agora estarem também incluídos na vigilância mais ampla das IRAs.
O monitoramento não altera o atendimento médico tradicional de pacientes com sintomas leves, nem impõe restrições à ida ao trabalho ou à escola. Também não muda as regras de visitação a pacientes hospitalizados ou a idosos em lares de cuidados especiais.
A decisão de incluir as IRAs como doenças da Categoria V foi aprovada em 2023 por um subcomitê do Conselho de Ciências da Saúde do governo japonês, com o objetivo de modernizar a resposta sanitária do país e se antecipar a futuras pandemias ou surtos emergentes.