Mais de 135 pessoas foram diagnosticadas com febre severa com trombocitopenia (SFTS), infecção viral potencialmente fatal
O Japão registrou um número recorde de 135 casos da síndrome febril severa com trombocitopenia (SFTS, na sigla em inglês), uma doença viral grave transmitida por carrapatos. Os dados preliminares foram divulgados nesta terça-feira (19) pelo Instituto Nacional de Segurança em Saúde do Japão.
Com esse total, o país supera o recorde anterior de 134 casos registrados em 2023. Em 2025, mais de 10 pessoas já morreram em decorrência da doença, segundo o relatório. O SFTS pode ser transmitido ao ser humano tanto pela picada de carrapatos quanto pelo contato com sangue de pessoas ou animais infectados.
A doença costuma se manifestar entre seis dias a duas semanas após a exposição, com sintomas como febre, vômito, diarreia e, em casos graves, perda de consciência. Idosos estão entre os mais vulneráveis, com mais de 90% dos pacientes diagnosticados tendo 60 anos ou mais. A taxa de mortalidade pode variar de 10% a 30%, especialmente entre pessoas com mais de 50 anos.
A maioria dos casos foi registrada nas regiões oeste do Japão, com destaque em Kochi, que lidera com 14 diagnósticos. No entanto, há registros também em áreas centrais e orientais do país, e até na ilha mais ao norte, Hokkaido.
O Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar alerta especialmente trabalhadores rurais, jardineiros e pessoas que atuam ao ar livre. A recomendação é proteger bem a pele, usar roupas compridas e evitar áreas de mato alto para reduzir o risco de picadas.
Casos da doença costumam aumentar entre a primavera e o outono, quando os carrapatos estão mais ativos. Somente na semana encerrada em 10 de agosto, foram oito novos casos confirmados.
O SFTS foi identificado pela primeira vez na China em 2011 e no Japão em 2013. Ainda não existe vacina contra o vírus, mas há medicamentos antivirais disponíveis. As autoridades reforçam a necessidade de prevenção e diagnóstico rápido para evitar complicações graves.