Federação empresarial quer rever limites de horas extras e estimular aumentos salariais; sindicatos alertam para retrocesso nas conquistas trabalhistas.
A Federação de Negócios do Japão (Keidanren) anunciou propostas preliminares que visam flexibilizar os limites de jornada de trabalho e responsabilizar empresas por garantir aumentos salariais contínuos.
As medidas serão debatidas nas negociações salariais do primeiro trimestre de 2026, e já geram forte oposição da Confederação Sindical Japonesa, liderada por Yoshino Tomoko.
Propostas da Keidanren
Entre os principais pontos estão:
- Revisão das restrições de horas extras, com base em relatos de trabalhadores que desejam trabalhar mais
- Críticas à estagnação operacional e à queda nos lucros após reformas que limitaram jornadas
- Defesa de uma abordagem flexível, considerando saúde e preferências individuais
A Keidanren afirma que esforços excessivos para cortar horas extras prejudicaram a produtividade em diversos setores.
Apoio político
A primeira-ministra Sanae Takaichi pediu ao ministro da Saúde, Trabalho e Bem-Estar, Ueno Kenichiro, que avalie o abrandamento das restrições, com foco na liberdade de escolha dos trabalhadores e na preservação da saúde física e mental.
A proposta se alinha à visão de Takaichi de uma política fiscal proativa, que inclui reformas estruturais no mercado de trabalho.
Reação dos sindicatos
A Confederação Sindical Japonesa se posicionou contra a flexibilização, alegando que:
- A medida contraria os avanços conquistados para evitar jornadas excessivas
- Pode colocar em risco a saúde dos trabalhadores, especialmente em setores com alta carga física ou emocional
- Desvaloriza o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, um dos pilares das reformas anteriores
Yoshino Tomoko declarou que o foco deve continuar sendo a redução de horas excessivas, e não a ampliação da carga de trabalho.
Com informações via NHK World
