Cirurgiãs ainda enfrentam barreiras para atuar em operações de alto risco; pesquisa aponta avanços em procedimentos simples, mas liderança feminina segue limitada.
Um estudo recente revelou que cirurgiãs no Japão ainda enfrentam desigualdade de oportunidades em relação aos colegas homens, especialmente em cirurgias complexas e de alto risco.
A pesquisa, liderada por Chie Tanaka, professora associada da Universidade de Nagoya, analisou um banco de dados que cobre mais de 95% das cirurgias realizadas no país nos anos 2015, 2019 e 2023.
Principais conclusões:
- Em 2023, a disparidade de gênero praticamente desapareceu em cirurgias de baixa dificuldade
- Em procedimentos de risco médio, houve avanço, mas os homens ainda realizaram mais operações
- Em cirurgias de alto risco, os cirurgiões homens continuam dominando
Fatores que influenciam a disparidade
Segundo os pesquisadores, a desigualdade é agravada por:
- Longa duração das cirurgias complexas
- Carga intensa de cuidados pós-operatórios
- Restrição de tempo enfrentada por cirurgiãs que criam filhos
- Falta de mulheres em cargos de liderança nos consultórios universitários
- Possível viés de gênero na designação para hospitais com cirurgias avançadas
“É crucial desenvolver um ambiente que permita que cirurgiões homens e mulheres mostrem todas as suas habilidades”, afirmou Emiko Kono, professora assistente na Universidade Médica e Farmacêutica de Osaka e coautora do estudo.
Participação feminina na JSGS
A Sociedade Japonesa de Cirurgia Gastroenterológica (JSGS) iniciou esforços para reduzir a desigualdade em 2021.
Atualmente:
- Mulheres representam menos de 10% dos membros totais
- Mas são mais de 20% entre os membros com menos de 30 anos
Apesar disso, médicos jovens estão se afastando da especialidade, citando jornadas excessivas de trabalho e outras dificuldades.
Com informações via Asahi Shimbun