Operação intensa no aeroporto de Tóquio revela métodos sofisticados do tráfico e alerta para crescimento do uso de drogas no Japão.
Durante o feriado da Golden Week, os agentes da alfândega do Aeroporto de Haneda, em Tóquio, intensificaram a fiscalização contra o contrabando de drogas. Com permissão especial, câmeras da TBS registraram a ação na área restrita da alfândega, onde os servidores enfrentam diariamente a linha de frente dessa batalha silenciosa.
Os agentes monitoram milhares de passageiros e suas bagagens no terminal internacional, atuando logo após o controle de imigração para impedir a entrada de substâncias ilícitas. Afinal, a alfândega representa a última barreira contra o tráfico.
Nesse contexto, uma mulher brasileira, vestindo um casaco rosa, chamou a atenção dos fiscais. Ela desembarcou do Brasil e, ao preencher o formulário de declaração, já despertou suspeitas devido ao seu histórico de viagens. Em vez de seguir para a saída, conduziram-na à sala de inspeção, local restrito onde os agentes aprofundam as investigações.
Durante o interrogatório, a mulher afirmou estar no Japão apenas a turismo e negou ter amigos no país. Enquanto isso, os agentes examinaram suas bagagens com equipamentos que detectam vestígios de drogas, sem encontrar nada. Ela aparentava tranquilidade e até sorria, mas tudo mudou quando a levaram para uma radiografia na clínica do aeroporto.
As imagens de raio-X revelaram sombras suspeitas no abdômen. Em seguida, exames mais detalhados identificaram dezenas de cápsulas dentro do corpo da mulher. Ela era uma “mula” experiente, capaz de engolir os pacotes de cocaína com mel e água, conforme confessou.
Durante uma semana de internação, a brasileira expeliu mais de 100 cápsulas contendo cocaína. Se alguma delas tivesse se rompido, poderia ter causado sua morte. O vice-chefe da alfândega de Haneda afirmou que ela confessou realizar o contrabando em troca de alta recompensa e que provavelmente já havia feito isso várias vezes.
Além desse caso, as autoridades alertam para o aumento do uso de cocaína entre jovens no Japão e para a criatividade dos traficantes, que usam desde camisetas impregnadas com drogas até doces para esconder substâncias ilícitas. Em 2024, a quantidade de cocaína apreendida nos aeroportos japoneses dobrou, chegando a 260 quilos.
Por fim, o diretor da alfândega reforça o alerta para que ninguém aceite propostas suspeitas, como “viagem gratuita ao exterior” ou “traga apenas uma mala na volta”, pois podem envolver tráfico de drogas e transformar pessoas inocentes em “mulas”.